Pela última vez, ele pôde ouvir a reverência que recebia dos torcedores. “Euller, o filho do vento” foi cantado pelos americanos no início, meio e fim na partida entre o América-MG e o Argentinos Juniors, que inaugurou o estádio Independência e fez parte das comemorações dos 100 anos do clube mineiro. O agora ex-atacante, que se prepara para começar a carreira de treinador em 2013, não conteve a emoção ao relembrar momentos da carreira de 22 anos. EX-ATACANTE FEZ HISTÓRIA NO FUTEBOL Euller relembra início difícil da carreira, quando foi repovado em testes nos três grandes clubes de BH Mineiro de Felixlândia, Euller foi rejeitado nos testes de América-MG, Atlético-MG e Cruzeiro. Convidado por um empresário, que percebeu a velocidade do jogador, o atacante foi jogar no Venda Nova, clube de várzea da capital mineira. Destaque do time, o jogador serviu de “moeda de troca” para o modesto clube. Então com 19 anos, em 1988, Euller se transferiu para o América-MG, que em troca deu um par de chuteiras, um beliche e uma bola ao time da várzea de Belo Horizonte. “Esse momento foi um dos mais complicados na carreira. Mas ao mesmo tempo feliz, porque realmente aí tive a oportunidade de começar a jogar em um time profissional”, relembrou o jogador.
Cinco anos depois, o jogador chamou a atenção de Telê Santana, que o levou para o São Paulo, pelo qual atuou por um ano e ganhou a Recopa Sul-Americana. “Ele foi um treinador que me orientou muito, principalmente no posicionamento. Até mesmo depois dos treinos, ele conversava comigo”, comentou Euller. No ano seguinte, o atacante foi contratado pelo Atlético-MG, clube em que se tornou ídolo da história recente e vestiu a camisa em duas oportunidades, conquistando o título mineiro de 1995. Em 1999, Euller se transferiu para o Palmeiras e foi campeão da Libertadores, em 1999, e da Copa Rio-São Paulo, em 2000. Logo depois, Euller foi para o Vasco, pelo qual formou dupla com Romário e conquistou o Brasileiro e a Copa Mercosul de 2000, que afirmou ter sido a melhor dupla da sua carreira. “O Romário era o matador e eu aquele que servia. E ele foi o melhor parceiro também, aquele que casou com a minha maneira de jogar, com a tática dentro de campo”, analisou o atacante. De volta ao América-MG, Euller passou por um dos momentos mais difíceis na história centenária do clube. O time alviverde não conseguia voltar à Série B do Brasileiro e chegou ao fundo do poço ao cair para a segunda divisão do Campeonato Mineiro. Com dificuldades financeiras em 2007, o América-MG não conseguia pagar seus funcionários. Nesta época, Euller chegou a tirar dinheiro do próprio bolso para comprar cestas básicas e até um carrinho para cortar a gramado do centro de treinamento. Porém, o clube mudou a gestão de administração e conseguiu se recuperar, voltando à elite estadual e nacional em quatro anos. “Foi um momento muito complicado, de muitas incertezas. Hoje é muito bom ver o América-MG recuperado e com uma estrutura muito boa para competir com os grandes clubes do Brasil”, disse o jogador, que disputou 729 jogos na carreira e marcou 264 gols. (责任编辑:) |